Relatos de Terapia 3
Por que trabalha com o que não gosta? O que está precisando provar?
Meu terceiro dia de atendimento posso dizer que foi extremamente personalizado. Não que fosse minha intenção, simplesmente foi.
Estava a caminho da clínica quando resolvi parar numa praça e olhar o movimento das crianças que corriam se esconder umas das outras. Parado ali, Ana, minha primeira cliente chegou ao meu lado.
-Bom dia Ana, como passou depois de ontem?
-Passei bem. É bom estar em meio às crianças, não acha?
-Acho sim, nos ajudam a nortear a motivação de nossas ações. Aliás, parabéns pelo seu livro!
-Obrigada. Acho que de certo modo evolui, da criança com dificuldade de acompanhar as outras a uma escritora.
-Está satisfeita com o resultado?
-Depois de ontem questionei as razões que me levaram até o livro, e decidi parar. Percebi que não escrevo porque amo, mas porque amo provar para meus pais e todos aqueles que duvidaram de mim, que sou melhor do que acreditam que eu seja. Mas nisso acabei esquecendo de perguntar a mim mesma, sem ter que provar nada a ninguém, o que me faz feliz ?
-Conseguiria me dizer agora?
-Ainda não, mas logo saberei. O que já sei é que não vou me escravizar como fiz até agora. Cada um seja o que quiser, porque eu serei apenas eu a partir de agora.
Mais uma vez se virou e partiu, sem pagar e nem marcar horário. A consulta foi na praça hoje, e mesmo assim o carteiro trouxe a correspondência até mim.
-Nada como estar com as crianças para nos lembrar que somos livres, ao menos até o ponto que quisermos continuar livres.
Olhei aquele homem e sua sabedoria. Há coisas que a faculdade não ensina, cabe a vida mesmo.
Morgana observava de longe.
Por que trabalha com o que não gosta? O que está precisando provar?
Meu terceiro dia de atendimento posso dizer que foi extremamente personalizado. Não que fosse minha intenção, simplesmente foi.
Estava a caminho da clínica quando resolvi parar numa praça e olhar o movimento das crianças que corriam se esconder umas das outras. Parado ali, Ana, minha primeira cliente chegou ao meu lado.
-Bom dia Ana, como passou depois de ontem?
-Passei bem. É bom estar em meio às crianças, não acha?
-Acho sim, nos ajudam a nortear a motivação de nossas ações. Aliás, parabéns pelo seu livro!
-Obrigada. Acho que de certo modo evolui, da criança com dificuldade de acompanhar as outras a uma escritora.
-Está satisfeita com o resultado?
-Depois de ontem questionei as razões que me levaram até o livro, e decidi parar. Percebi que não escrevo porque amo, mas porque amo provar para meus pais e todos aqueles que duvidaram de mim, que sou melhor do que acreditam que eu seja. Mas nisso acabei esquecendo de perguntar a mim mesma, sem ter que provar nada a ninguém, o que me faz feliz ?
-Conseguiria me dizer agora?
-Ainda não, mas logo saberei. O que já sei é que não vou me escravizar como fiz até agora. Cada um seja o que quiser, porque eu serei apenas eu a partir de agora.
Mais uma vez se virou e partiu, sem pagar e nem marcar horário. A consulta foi na praça hoje, e mesmo assim o carteiro trouxe a correspondência até mim.
-Nada como estar com as crianças para nos lembrar que somos livres, ao menos até o ponto que quisermos continuar livres.
Olhei aquele homem e sua sabedoria. Há coisas que a faculdade não ensina, cabe a vida mesmo.
Morgana observava de longe.
"O que já sei é que não vou me escravizar como fiz até agora."
ReplyDeleteum chacoalhar em todos. Gratidão.
Sua liberdade sempre! Quanto mais livre formos, mais livres deixamos o outro ser!
DeleteDAR LIBERDADE É UM ATO DE AMOR
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