Relatos de Terapia 4- O que te faz apaixonar pelo outro?
Antes de ir para a clínica naquela manhã, decidi folhear o livro de Ana, minha cliente. Como não tinha muito tempo, optei em pegar o sumário para ter uma noção sobre o que falava o livro.
-Não cuspa para cima! Interessante o título.
Fui para o sumário e vi o título do capítulo sete, " Quando cai na testa".
Por ali já pudi dimensionar a narrativa e me coloquei em direção à clínica. Chegando lá, Ana me aguardava.
-Bom dia Ana.
-Como vai Doutor?
-Bem. Estava folheando seu livro, e gostaria de saber sobre qual experiência sua ele fala.
Ela deu seu sorriso típico.
-Busquei meu pai em vários relacionamentos que tive, e sempre tive homens diferentes a ele.
-Isso foi bom ou ruim?
-Os dois ao mesmo tempo. Bom porque tive outras relações, e ruim porque continuava sem enfrentar o que era necessário. No entanto, sempre ficava intrigada em entender qual a razão de atrair homens tão diferentes do meu pai. Depois entendi que na verdade não encontraria meu pai neles, nem eu mesma tinha visto de fato quem meu pai era. Encontrei cópias minhas, via uma projeção minha em meu pai, e não ele de fato.
-Então não pode dizer que tem o dedo podre, como dizem por aí?
-Este foi o cuspir que caiu na testa. Os homens que atrai eram mais perdidos e inseguros do que eu. Eram minhas cópias pioradas. Percebi que se fossem como meu pai, talvez eu tivesse mais interesse. Meu pai era homem de decisão e ação. Eu não quis vê-lo assim, mas isso não significa que não fosse. E foi nos relacionamentos que vi meu pai de verdade. Enfim...
Ao ouvi-la, decidi que naquela noite ao chegar em casa, íria ler aquele livro inteiro. Descobriria quem é Ana de verdade.
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Perfeito !!!!
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