Relatos de Terapia 5- Quem definiu seu valor?
Depois de passar a noite lendo o livro de Ana, minha cliente, entendi quem era ela de fato. O livro falava sobre os homens de sua vida, e sua relação com o sagrado feminino e masculino.
Quando cheguei na clínica ela já me aguardava na recepção, carregando um envelope.
-Bom dia Ana. O que é isso?
Colocou o envelope sobre a mesa.
-Seu pagamento pelo atendimento.
-Não cheguei a dizer o valor de minha sessão.
-Não disse, mas acredito que sei reconhecer seu valor durante esse tempo que me atendeu.
-Atendi? Não atenderei mais?
Ana sorriu, e me abraçou muito apertado. Foi embora. Mais uma vez partiu.
Passei a mão no envelope e vi um cheque que me manteria por seis meses. Havia junto um bilhete com endereço.
Morgana entrou na clínica, trazendo a flor costumeira.
-Ela se foi, não é?
-Sim, deixou um cheque, e o abraço mais apertado que já recebi. Pagou muito mais do que pensei.
-Pensou que valia menos? Que bom que ela alertou que estava se colocando em liquidação. Quando não sabemos nosso valor, qualquer um pode pagar e nos levar. Veja direito tudo o que pode oferecer, e faça uma remarcação hein! Inclusive ela deixou este bilhete comigo, não teve coragem para falar.
Peguei rápido o papel de sua mão.
-Não quero repetir com você o mesmo erro que cometi com os outros . Com carinho, Ana.
-Como disse, vale mais do que pensa, doutor.
Olhei Morgana, pensativo. Ana estava me ajudando a entender o que valho, e porque tenho este valor. Então a história não tinha acabado. Voltaria a ver Ana?
Esta coluna é postada às segundas, terças e quintas.
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