É uma ovelha negra? Agradeça!
Rebelde, ovelha negra, geração nem-nem. Há algo de positivo nessa dinâmica que esquecemos de reconhecer.
Há algo de fundo, muito positivo, que muitas vezes não percebemos porque estamos apenas olhando o lado negativo deste prisma. Ao olharmos pela ótica da constelação, entendemos que o "rebelde" é aquele que encerrou um ciclo dentro do grupo onde está inserido, a ovelha negra.
Dentro desta mesma linha, percebemos que o rebelde é a representação do subconsciente daquele coletivo.
O rebelde é o porta-voz do pedido de socorro !
Em relação as últimas gerações, elas são contrárias a dinâmica da "obrigação"- não quer dizer que tenha que ter irresponsabilidade com o outro. É um padrão comportamental no qual livra-se da obrigatoriedade de cumprir um arquétipo do "way of life", do modo de vida comum para todos sem respeitar identidades.
Há, como embasamento destas pessoas, a liberdade de construir a vida conforme seus preceitos mais íntimos. Sair, caso e quando queiram, do ciclo de construir carreiras e famílias, para o ciclo de construir-se, mas de modo consciente, e não mais condicionado.
Não basta nascer, crescer, e reproduzir à espera da morte. A questão agora é como, e o que fazemos enquanto tudo isso acontece.
O olhar sobre o rebelde é posto no sentido de um caminho dos próprios valores internos. Gerações anteriores, em boa parte, eram polidas em prol da construção de arquétipos sociais. Eram educados para uma vida de padrões cíclicos poucas vezes quebrados, e a ovelha negra- que sempre existiu, independente de seu número, representa exatamente a quebra destes padrões, com o olhar mais voltado para o seu próprio interior- me refiro ao indivíduo observador de si mesmo, e não aos egoístas.
A geração "nem-nem" é um efeito deste espaço dados as ovelhas negras, mas sem um direcionamento. Não por negligência, afinal, dentro de uma sistêmica familiar, aquele que quebra o ciclo é o único- teoricamente- consciente da necessidade de acabar com velhos padrões destrutivos. E devido a essa falta de aptidão em lidar com os quebradores de ciclo, há tantos "rebeldes inertes".
É como se o grupo, subconscientemente, pedisse o fim de uma dinâmica, vislumbrasse um ciclo novo, o próprio rebelde vislumbrasse isso, contudo, ninguém encontra a bússola para a ovelha negra apontar e seguir.
Sabe-se que o atual condicionamento não serve mais, no entanto, como realizar este novo condicionamento? É como uma tempestade que não se desfaz no céu, tampouco se desmancha em chuva.
O que fazer, afinal?
Alguns sabem exatamente o que querem da vida, outros não- para estes vejam o que estavam fazendo quando sentiram-se bem, nesta situação há um indicativo do caminho a seguir, para ambos, a solução é agir no sentido de sua própria realização. Fazendo do seu próprio modo muitas vezes, lembre-se que para quem quebra ciclos, abre-se um caminho, e talvez nesse caminho seja necessário um novo modo de se caminhar, de se abrir a passagem, e que a própria estrada mostrará.
Para novos padrões, novas ações, novos olhares. Podemos ser o que quisermos, livres da obrigação de cumprir um papel que não é nosso.
E para os rebeldes, dentro deste mesmo olhar da constelação, sabemos que é FUNDAMENTAL respeitar a história de quem veio antes. Assim sendo, agradeça a todos aqueles que construíram o caminho até aqui, é nele que pisamos até encontrar a nossa estrada.
Como sempre digo, cada um em seu movimento, e todos se movem!
P.S.: As expressões "ovelha negra e rebelde" são usadas no sentido de indivíduos que rompem padrões para caminhos novos, inclusivos e que servem para o bem de todos.
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